18/12/2011

El Roto: "A televisão deve ser extirpada das nossas casas o mais radicalmente possível"

Entrevista tirada e traduzida de Kaos en la red (aquí).


Andrés Rábago, conhecido como "El Roto", alcunha com o que assina atualmente e ao que lhe precederam outros na sua longa carreira como desenhista satírico, publica a diário em El País as suas bandas desenhadas, dardos de traço preciso e austero nos que comprime reflexões sobre a atualidade. Andrés Rábago (Madrid, 1947) conhecido como "El Roto", alcunha com a que assina atualmente e ao que lhe precederam outros na sua longa carreira como desenhista satírico -como ele mesmo determina que é a forma mais ajustada de definir o seu labor-. Recebeu-nos a primeira hora da manhã no seu estudo de Madrid interrompendo a elaboração da viñeta que publicaria o jornal ao dia seguinte. O esboço de uma coroa real sobre a sua mesa de trabalho acompanhou a nossa conversa.



Em algum momento definiu à monarquia como um transtorno hereditario. Acha que ver-se-á afetada a instituição pelo chamado "Caso Urdangarín"?

Eu acho que isto vai afetar gravemente à monarquia. Justamente o desenho de manhã trata disso: se a coroa perde a forma converte-se em um mero metal. As formas são muito importantes nestes temas. De facto, a monarquia basicamente é uma forma; se a perde, desaparece. Parece-me muito grave e não é uma coisa a tomar às presas, o facto de que tenha não sê se o chamar "um ladrão" na família é algo enormemente grave. Espero que tomem medidas e que isto se corte radicalmente mas se não, já veremos que passa.

Acaba de publicar Viñetas para una crise,  uma recopilación de ilustrações sobre a situação económica na que mostra uma grande intuição quanto à sua evolução.

Não é tanto intuição como informação. Estava tudo aí, eu o único que fazia era apontar ao que ia ocorrer. O desenhista satírico não é um profeta, é um observador, e portanto o que faz é simplesmente ver as coisas o mais distanciadamente possível e deixar constância disso que vê, sem propostas pessoais de interesses. É um observador neutro, mas evidentemente há uma profundidade de pensamento pessoal em todo o que se faz e isso é o que pode definir a diferença entre uns e outros desenhistas.



No prólogo diz: "Todos participámos na criação do monstro económico, mas nada nos impede restaurar a sensatez". É você otimista?

Sim. Somente há que observar como foram os processos históricos anteriores para saber que a vida continua. É uma situação muito pontual e sairemos por outro lado ou de outra forma, provavelmente tenha transformações radicais das formas de vida, mas isso não significa que não siga tendo vida. É possível que o que haja seja um declive da cultura ocidental, que em realidade se converteu em um sistema financeiro. Retomar a essência da cultura e abandonar esse território puramente economicista é essencial.

É esse o papel que temos a cada um de nós?

Os papéis atribuídos à cada pessoa são bem mais amplos. A cada pessoa é responsável da criação da realidade em que vive se o olhamos desde um ponto de vista mais profundo, mais interno. Desde um ponto de vista externo, entramos nos poderes digamos exteriores a nós, mas acho que a cada pessoa tem o poder de construir a sua própria realidade e portanto a responsabilidade individual é muito grande.



Durante os primeiros dias das manifestações e acampadas de 15M publicou uma viñeta com o texto "os jovens saíram à rua e subitamente todos os partidos envelheceram" que converter-se-ia em um símbolo. Que opinião tem da evolução deste movimento?

Não sigo de perto o movimento, a verdade é que ignoro a situação na que está atualmente, mas si que foi um reflexo de uma vitalidade social que parecia que não existia e isso é o que me fez achar que terá reações mais conscientes ou mais fortes ao que se nos está apresentando. Acho que terão que focar a realidade social desde outro âmbito e provavelmente terão que criar ou recrear uma nova civilização, uma nova cultura. Vamos ver o que dá de si.


Acaba-se de deter a aprovação da chamada Lei Sinde, ficando pendente para um fututo a ratificação de um regulamento sobre direitos de autor. Que opinião tem sobre esta lei?

Não li em profundidade a lei Sinde, somente de forma muito superficial o que figura na imprensa. Sou partidário da defesa dos direitos de criação e estou na contramão da sua apropriação por parte, não dos internautas, mas sim dos que estão a controlar o sistema, que se apropriam da criação alheia para incrustar nela a sua publicidade e os seus negócios. Porque no fundo do que se trata é de que todo seja grátis menos o que eles nos vendem e isso me parece profundamente deshonesto.

Você faz parte da história gráfica de Espanha, como evoluiu?

Do que façam os demais não sei muito. Da minha própria trajetória, fui desenvolviéndome dentro do que foi a história do meu meio. Em momentos nos que a situação era mais fechada, durante a ditadura e a transição, a linguagem adotada era uma linguagem apropriada para essa situação; na época da democratização e abertura, adotei uma linguagem que também parecia conveniente a essa nova situação. Digamos que fui acompanhando a realidade social, adecuándome na cada momento ao que podia ser útil para a comunicação, porque há que ter em conta que o que eu procuro sempre é uma possibilidade de comunicação. O meu trabalho não procura um brilho próprio, senão que sempre tenta ser útil socialmente.



Que nos pode contar dos seus inícios compartilhando publicação com Perich ou Chumy Chúmez?

Foram uns momentos muito interessantes. Acho que a sátira naqueles momentos era socialmente muito útil e revistas como Hermano Lobo ou Por favor ou, já mais sérias, como Triunfo ou Cuadernos para el Diálogo, em que participei, foram revistas que tiveram grande influência no desenvolvimento político espanhol.

Como se explica que Perich seja praticamente um desconhecido na atualidade?

Acho que há um fator de esquecimento próprio em Espanha, é um país que esquece demasiado rapidamente aos criadores ou à gente que fez algo. Mas há um fator secundário que acho que também permite que isso se produza e é que o desenho, se não tem um componente plástico forte, tende a resultar evanescente, vai perdendo força. Para atravessar o tempo, e tem-no-lo demonstrado a história da sátira, é necessário que o desenho tenha um componente artístico de notável qualidade. Por onde primeiro morre uma viñeta é pelo texto e o que mais se mantém é o desenho. E no caso de Perich e de muitos outros o desenho era demasiado frágil como para poder atravessar o tempo. Acho que este é um fator também a ter em conta.



sentiu em algum momento o exercício da censura?

No tema da censura acho que há algo mais de mito, ao menos no que a mim respecta, que para valer. Sim que há temas onde encontrei alguma dificuldade, mas pelo geral realmente sempre fui livre tanto para poder eleger os temas como para desenvolver da maneira que quis. Não me sento em absoluto pressionado pela censura.

E pela correção política?

Isso já é mais difícil: saber que é a correção política. A correção política é mais ou menos a corrente dominante de pensamento. Quando trabalhas em isto te dás conta da dificuldade que entranha te mover em direções diferentes à corrente de opinião. É uma corrente que tem uma visibilidade e é duro nadar no seu contra. Mais bem há que aproveitar as correntes para mover na direção que tu queres sem um esforço digamos gratuito, sem uma perda de energia desnecessária. Há que saber que é útil na cada momento e determinar que coisas, que não vão ser nem escutadas, são desnecessárias. Acho que há que procurar as fisuras do sistema, os locais por onde podes colar a tua informação, as tuas ideias, o teu pensamento; mais que ir em bloco contra um muro que não se vai derrubar.


Sempre dá a sua opinião nas suas bandas desenhadas ou em alguma ocasião soltou a propósito algum exabrupto para incomodar?

Não. Não é o meu estilo. O meu estilo tenta ser reflexivo e educado

Seguro que em algum momento lhe jogaram em cara o desenhar estereótipos.

Movemo-nos dentro de uma linguagem de códigos e dentro dessa linguagem de códigos há figuras. O que a mim não me interessa são os indivíduos concretos que representam essas figuras. Se desenho banqueiros não desenho a um banqueiro concreto, não desenho a Botim nem a nenhum outro. Não me interessam essas personagens porque mudam. Não me interessa o governante de turno, por isso não faço caricatura, faço sátira social, porque os Zapateros se esquecem mas os governantes permanecem. Por isso me interessa mais a figura como arquetipo que o indivíduo que em um momento determinado a encarne.



É por isso que as personagens das suas bandas desenhadas têm os rostos desdibujados, gafas de sol, estão de costas?

Para evitar uma identidade concreta dos indivíduos, porque representam de algum modo o homem comum.


Poderia manter-se afastado de um lápis durante um período prolongado?

É difícil, porque é algo connatural, que está em mim, e se não é um lápis é um pincel ou qualquer outro médio gráfico. A partir de um verdadeiro tempo sinto-o falta e preciso voltar a ele. É um médio de expressão natural.

Os textos das suas bandas são muito valorizados. É inseparável a sua faceta de roteirista da de desenhista?

Sim, acho que o desenho sem o texto é pouco e o texto sem o desenho é ainda menos. A combinação de texto e desenho é o que dá esse resultado. Penso que o desenho satírico é um médio bastante rico no sentido de que combina elementos provenientes de diferentes âmbitos, tanto do pensamento como da plástica, e essa conjunción se está bem realizada pode ser bastante bela.



Na atualidade a cada vez cobra mais relevância a brevidade e a contundência da mensagem própria da banda desenhada.

É verdade que a linguagem atual tem tendência para a linguagem da banda desenhada (não a linguagem da viñeta à linguagem atual, a viñeta sempre foi de textos curtos) . Isto em certa forma não deixa de ser empobrecedor, porque o sistema de pensamento mais profundo, a mais densidade, está-se a perder, e isso é grave. Que isto se converta em uma forma de pensar não é um indicativo de saúde mental, senão de verdadeiro encolhimento da capacidade de reflexão do homem atual.



Vamos falar de alguns elementos constantes dos seus viñetas e de como os interpretar: Em muitas das suas viñetas os animais se humanizan, falam, razonan, em frente a um ser humano mudo.

É uma constante na sátira clássica a humanización dos animais, desde a época das fábulas. No meu caso concreto também tenho humanizado -dei-lhes verbo- a plantas, rios, edifícios... Por que? Porque acho que todo aquilo que tem relacionamento com o homem se humaniza. O processo de humanización da realidade não sê se é algo que nós nos impusemos ou é algo que nossa própria substância propícia.



Declara-se antitaurino?

Sim, naturalmente. Não só antitaurino, em geral estou na contramão de toda crueldade desnecessária. Toda crueldade desnecessária deve ser abordada como algo a eliminar. Tanto no caso dos touros como de outras formas de crueldade.

Um elemento também muito presente é a janela, a ideia de olhar pela janela. Que simboliza? Tomar consciência da realidade?

Sim, basicamente é isso. Nós olhamos através das janelas dos nossos olhos, portanto qualquer outro símbolo representa essa janela pela que olhamos essa realidade. Indo um poquito para além: essa perda de visão da realidade do que está a passar, essa janela falsa que se nos tem imposto ou que aceitámos voluntariamente que é a televisão, acho que é um dos elementos mais perturbadores da realidade na que vivemos.



Grande parte da população informa-se através desse médio.

É um facto de uma enorme gravidade. A televisão não informa. A televisão é um elemento do sistema para perpetuar-se. Acho que a televisão deve ser extirpada das nossas casas o mais radicalmente possível.



Utiliza preferencialmente o negro sobre alvo, quase sempre prescinde da cor. Com que finalidade expresiva?

Tanto no desenho como no texto procuro a síntese e a máxima expresividade com o mínimo de elementos. A minha forma de trabalhar não é nada barroca nessa feição. E o uso da cor tento que seja o mínimo necessário. Vivemos em uma época de excessivas possibilidades técnicas e isso faz com que tenha uma sobresaturación tanto de imagens como de cores. Eu procuro essa austeridade, essa ascesis dentro da minha linguagem para evitar no possível essa saturación que embota os sentidos. A austeridad acho que é útil em todos os casos, também no caso da plástica.

Que técnica emprega?

É uma técnica mista. Uso tanto tintas e acuarelas como rotuladores, lápis grasos... São elementos bastante singelos.
 
 


Não parece que a sua estética se tenha visto influída pelo tratamento digital, por princípios ou por desidia?

Por rejeição a uma tecnificación excessiva dos elementos que utilizamos. Desde o meu ponto de vista os elementos mais singelos são os mais eficazes e também os que têm maior perdurabilidade, porque os elementos técnicos variam muito com o tempo e submetem o trabalho à época em que esses elementos tiveram interesse. Hoje em dia quando vemos trabalhos dos anos 70 quando se utilizavam aqueles modelos de Letraset, rapidamente ficaram obsoletos. Quanto mais singelos e mais imediatos sejam os elementos que utilizas mais possibilidades tem de atravessar o tempo. E não esqueçamos que a linguagem plástica é uma linguagem pensada para atravessar o tempo. É o seu melhor indicativo.



Está reñido com a informática?

Parece-me um território útil e ao mesmo tempo perigoso. É útil porque permite-nos comunicar-nos/comunicá-nos rapidamente com locais afastados e permite também a informação rápida, mas também faz com que toda essa comunicação e essa informação sejam mais superficiais. Há que procurar esse equilíbrio entre uma aparente informação confusa e uma leitura mais profunda e mais sossegada.

Então prefere o papel às publicações digitais.

Sempre preferi o papel por uma questão que acho que pode se entender, e é que para mim o papel é um documento, enquanto em Internet, desde o meu ponto de vista, não existe o documento. E quando o que queremos é que existam documentos para poder verificar as coisas, para poder nos assegurar de que não nos vão mudar os factos, acho que os documentos atestiguan bem mais eficazmente esse feito com que os meios digitais. Ainda assim acho que são complementares, não recuso a informação por meios digitais, mas acho que deve se dar uma forma mais concreta. Também acho que Internet ainda não encontrou a sua ser, é possível que quando o encontre possamos falar de uma coisa diferente ao que temos agora: uma barafunda de elementos dispares onde não há como se clarificar.



No entanto, tem a vantagem da inmediatez.

Depende, porque há coisas que convém as saber de forma imediata, por exemplo se se acerca um tsunami, mas há outras coisas que não faz falta que sejam tão rápidas. Há um excesso de achar que o imediato é valioso; não necessariamente. As coisas têm o seu tempo e nós estamos a acelerar desnecessariamente esse tempo. De facto, podemos acabar com o tempo com esse aceleramiento.



Que jornais lê para se manter informado?

Tento ler o meu jornal, logicamente, e depois costumo comprar outro mais para contrastar. Sobretudo porque gosto muito das imagens, utilizo muito as imagens dos próprios jornais, porque não me informo em Internet nem na televisão nem na rádio; talvez escuto um pouco pela manhã cedo por se passou algo grave e depois já me esqueço, e a televisão nem a ver. Procuro informação contrastada, mas também me interessa muito a fotografia em imprensa. É muito valiosa, embora está a degradar-se bastante. Não se está a valorizar o suficiente a fotografia. A mim me interessa a fotografia de imprensa, não me interessa a fotografia artística -isto é uma questão pessoal, penso que para isso já está a pintura que é imensamente mais rica- mas sim o fotojornalismo, e está-se devaluando. Há fotos bastante anodinas nos jornais que não fazem sentido quando poder-se-iam utilizar fotografias bem mais ricas. Utiliza-se muito arquivo e fotógrafos que talvez não são bons profissionais. Fazem falta bons profissionais, o fotógrafo de imprensa não é um qualquer, é um tipo muito importante.



Como acha que estão de saúde os meios de informação?

Bastante mau como acho que é evidente, por razões técnicas que todos conhecemos. Mas ademais acho que há uma ausência de profundidade dos que escrevem em imprensa. Acho que não se recorre o suficiente a gente que tenha coisas importantes que dizer e se joga mão demasiado de escritores ou de formas de jornalismo superficiais. O jornalismo para salvar-se tem de ir a níveis de muita maior densidade de pensamento e de qualidade na escritura.




A sua obra pictórica é a sua faceta menos conhecida e não sê se será a sua maior paixão ou o é o desenho, que níveis de expressão adjudica à cada um?

Não é uma maior paixão, nos dois territórios dedico o mesmo esforço, mas é verdadeiro que na pintura tenho maiores dificuldades porque é bem mais difícil, mais complexa, e sobretudo porque me movo em diferentes estratos do real, enquanto o desenho trata digamos de uma realidade mais imediata, mais aparente; na pintura tento indicar que esta realidade aparente não é a única realidade senão que há uma realidade que está para além desta superfície. Isto é algo que o homem ocidental perdeu, perdemos essa conexão com estratos que estão em nós mas que esquecemos. E essa superficialidade do homem ocidental moderno está a prejudicar-nos/prejudicá-nos, a recuperação da profundeza na cada um de nós é algo que também deve se dar e isso resulta bem mais difícil de expressar, porque quase perdemos a sensibilidade para ligar com essas outras zonas do nosso próprio ser.

Lê bandas desenhadas?

Pois a verdade é que nunca li bandas desenhadas, embora vi bandas desenhadas magníficas, mas não é um terreno que me tenha interessado acho que por uma razão: parece-me um esforço excessivo o seguir uma história ao longo de diferentes viñetas e, embora plasticamente há coisas hermosísimas, não sou leitor de bandas desenhadas.



Quais são os seus desenhistas de bandas favoritos?

Tendo sempre para o clássico. Os maestros sempre estão antes que nós, é difícil que vejamos mestres nas nossas gerações porque estamos demasiado próximos a eles. Prefiro sempre me localizar dentro dos antigos grandes desenhistas que tanta admiração me seguem suscitando. Tanto os ingleses a escola inglesa de Hogarth e a sua companhia como a escola francesa com Daumier ou a escola alemã de Grozs. As três grandes escolas europeias, a inglesa, a francesa e a alemã, seguem sendo para mim os arquetipos do desenho satírico. Em Espanha temos a Goya como nosso grande representante e o seguinte foi Solana dentro disso que eu chamo a sátira gráfica.



Já para nos despedir: venderia os direitos de alguma das suas vinhetas para que aparecessem em prendas de, por exemplo, o império Inditex?

Nem a Inditex nem a nenhum outro. Quando me pediram permissão para pôr alguma viñeta em t-shirts sempre disse que não, porque não são o médio para o que estão pensadas. Acho que os desenhos estão pensados para a imprensa, depois não sabes que passa com eles, mas ao menos no possível e no que a mim respecta tento que não saiam daquilo pára o que foram criados; depois naturalmente saem em blogues ou em sítios; se é uma coisa pessoal não me importo, mas se é algo que eu não controlo prefiro que não apareçam. Acho que a difusão no jornal já é o suficientemente ampla como para querer abarcar mais espaço. Estou muito contente com o território no que posso me mover e não preciso mais impérios.


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