31/10/2011

O Estado espanhol é o 4º mais desigual da UE

Antom Fente Parada.



A II Restauração bourbónica está rematando numa voragem que lembra as condições de conflituosidade social que levaram para a irrupção da ditadura de Primo de Rivera e a posterior queda da monarquia há por volta dum século. Na UE só estados abalados com selvagismo pelo ultraliberalismo após a queda da URSS em 1989 registam níveis semelhantes de disparidade entre ricos e pobres em função dos ingressos. Portanto, é urgente a defesa do estado do bem-estar, hoje mais do que nunca são essas conquistas sociais as que evitam uma autêntica explosão da pobreza, da miséria e uma mais que provável ascensão fulgurante do fascismo.

Continuam a tratar-nos coma a súbditos duns senhores feudais. A economia do Reino de Espanha entrou em recesso virtualmente, por muito que  os papagaios Rajoy e Rubalcaba falem de pronta recuperação o pior e mais doloroso da crise está por chegar porque estancou-se todo o sistema-mundo capitalista e porque China pode sofrer implosão se tem que aturar de todo o sistema. O seu 29 particular achega-se-lhe em 2012 e com ele o fim do capitalismo tal e como o conhecimos nos últimos 100 anos. Com o actual modelo é já impossível produzir riqueza e favorecer a acumulação espalhada de capital o que supõe a necessidade de recorrer a uma destruição criativa permanente que nenhuma sociedade pode aguentar a não ser em estado de shock e guerra, ou seja, que se impõe e o darwinismo social  e o estado penal.


A pobreza no Estado espanhol, aumenta pelo desemprego récorde recentemente anunciado, a descida continuada dos ordenados enquanto o IPC harmonizado inça em 3%, a redução das despesas sociais... Existem 1'4 milhões de fogares em que todos os membros da unidade familiar estão sem trabalho (um terço dos desempregados da zona euro mora no Estado espanhol segundo a última EPA são já 5.000.000) e 21'8% da população vive por baixo do limiar da pobreza. Os dados que publica El País são muito esclarecedores. O s80/20 coteja o 20% da população com maiores ingressos  com o 20% da população sem ingressos praticamente. Pois bem, os novos dados dão uma subida de 0'9% sem antecedente desde que existem registos. 

Por trás do Reino de Espanha nestes intres apenas topamos Letónia, Lituânia e a Roménia. Cada ano de "crise" os ricos são-o mais e os pobres fazem-se mais e mais necessitados. Segundo o jornal El País nunca desde que se recolhem os dados a disparidade fora tão elevada, com um coeficiente Gini de 33'9. Curiosamente ao lado do Estado espanhol no rátio 80/20 (6) está o português, por baixo Bulgária (5'9) e logo Grécia (5'8), Itália e o Reino Unido (5'2). A média da UE 27 situa-se em 4'9. Então, com a salvidade da Irlanda os estados intervidos pela troika ou em dificuldades vivem um aumento constante das desigualdades o que acentua que as medidas das ortodoxia ultraliberal nunca poderão reactivar a economia e fazer-nos sair da crise. Só servem para empobrecer-nos e ainda o farão mais quando após as eleições se recapitalize a banca "espanhola", se recebam novos e renovados ataques especulativos, se justifiquem recortes draconianos (que o PP não leva no seu programa) in nomine ZP e finalmente se lhe abra a porta ao FMI para fazer da sociedade espanhola a tábula rasa sonhada por Friedman e os ultraliberais como no Chile de Pinochet.

Todo isto quando diversos inquéritos dim que o PSOE perderá 53 escanos em 22 províncias e o PP em auge, também na Galiza ganhando escanos em todas as províncias agás Lugo.Ontem La Voz de Galicia dava pela sua banda a certeza de que o PP tira a maioria absoluta e para o BNG prognosticava 0'5% do voto, ou seja uma baixada a respeito do 0'8% actual.




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